24 fevereiro, 2007

Música - actividade extra curricular - a que preço?

Estive a reler o Currículo Nacional para me certificar que o nosso governo não tem mesmo vergonha na cara.
Já sabia mas agora tenho a certeza: sendo a Música parte integrante do Currículo do 1º Ciclo como é que se contratam professores a recibo verde e mal pagos, para dar música como actividade extra-curricular e ainda por cima só para quem quer?
Há aqui uma quantidade de ilegalidades a vários níveis e por isso gostaria que alguém me ajudasse a desmontar esta situação.
  • Há a situação da desigualdade de acesso dos alunos à aprendizagem da música;
  • Há a forma de tratamento dos professores contratados para o efeito;
  • Há a falta de condições de trabalho para estes e de aprendizagem para os alunos;
  • Há a conivência de toda uma classe de professores que se calam e deixam andar;
  • Há uma plataforma de sindicatos que não sei para que serve, talvez de trampolim?
  • Há o problema de quem contrata, os Conselhos Executivos, que dizem que cumprem ordens....

Então pergunto haverá alguém responsável neste país que possa pôr o dedo no ar e dizer: fui eu que fiz a asneira, mas a culpa foi do....

5 comentários:

  1. Pois é, eu andei lá. E se comhecesses os "jarros" que me contrataram (escolhidos pela nossa querida CMP). Em primeiro lugar é uma associação com um carácter no mínimo obscuro (Ass. do coro gregoriano de penafiel????) que tem a cargo todas as escolas do Porto (cidade). Fui ler os estatutos da escola de música deles e fiquei a pensar nos chamados 3 Fs. Depois se se procurar na net, seja qual for a cidade do distrito do Porto não está em lado nenhum a quem as respectivas camaras delegaram a responsabilidade de contratarem professores. Eu só soube do Porto e de Gaia por cunha. Mas tudo tentei para encontrar Vila do Conde, Póvoa, etc, e nada. Aliás quando soube quem era no Porto (os tais de Penafiel)além dos tais estatutos, nem uma referência a isso. Quanto aos horários são de tal forma que em uma escola que eu estive eram precisos "6" (seis) professores diferentes (só na música) para os alunos (cujos pais deram o aval) terem aulas...

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  2. O M.E. incumbiu as delegações regionais de dizer informar as Câmaras quais as habilitações mínimas para efeito de contratação dos referidos professores avençados. Algumas Delegações Regionais aconselharam as Câmaras a fazerem parcerias com instituições de ensino artístico da região para que as apoiassem na contratação.
    Na verdade, salvo honrosas excepções, a verdade é que a contratação foi idêntica à dos professores de moral..., a benção do sr. Bispo.
    Acresce dizer que só a designação de 'enriquecimento curricular' dá-me urticária aguda!

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  3. Quando penso no assunto fico danada! Mas fico mais danada com a indiferença quase total de quem se deveria manifestar. Gostava de contribuir para acabar com esta pouca vergonha, mas sinto-me isolada e impotente.
    Susana

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  4. Isto é um assunto tipicamente sindical.
    devemos aprender a funcionar em colectivo e perguntar como devemos ir para a luta!
    Não é perguntar se vale a pena lutar, se é oportuno, etc.
    é apenas COMO ir para a luta... a verdadeira questão.

    Saúde,
    Manuel

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  5. Tens razão Manel! Eu sinto-me realmente impotente porque as pessoas que estão a ser abusadas são quase todas novas no ensino, não sabem muito bem os direitos que têm e os sindicatos, mesmo sabendo o que se passa, não reagem. Além disso a conivência dos professores que os contratam assusta-me, porque acho que cumprir ordens, mesmo que ilegais e inconstitucionais não é justificação para o que se está a passar.

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