27 fevereiro, 2011

Tudo isto tem a ver com a questão da liberdade

Tudo isto tem a ver com o que me vai no espírito. Há demasiado 'ruído' em torno do que é realmente importante. Há também muita pressão sobre todos nós.
Por isso reflectir nunca é demais. Pelo menos pensar duas vezes!





"Tudo isto tem a ver com a questão da liberdade, que é o assunto de que propriamente se ocupa a ética, […]. Liberdade é poder dizer ‘sim’ ou ‘não’; faço-o ou não o faço, digam o que disserem os meus chefes ou os demais; isto convém-me e eu quero-o, aquilo não me convém e, portanto, não o quero. Liberdade é decidir, mas também, não te esqueças, dares-te conta do que estás a dizer. Precisamente o contrário de te deixares levar, como poderás compreender. E para não te deixares levar não tens outro remédio senão tentar pensar pelo menos duas vezes no que te dispões a fazer; sim, duas vezes, sinto muito, mesmo que te doa a cabeça… Da primeira vez em que pensas no motivo da tua acção, a resposta à pergunta ‘porque faço isto?’é do tipo das que há pouco estudamos: faço-o porque mo mandam fazer, porque é costume fazê-lo, porque me apetece. Mas se pensares uma segunda vez, a coisa já muda de figura. Faço isto porque mo mandaram fazer, mas… porque obedeço eu ao que me mandam? Por medo do castigo? Por esperar uma recompensa? Não estarei então como que escravizado por quem manda em mim? Se obedeço porque aqueles que dão ordens sabem mais do que eu, não será aconselhável que procure informar-me o suficiente para decidir por mim próprio? E se me mandarem fazer coisas que não me parecem convenientes, como quando ordenaram ao comandante nazi que eliminasse os judeus do campo de concentração? Não poderá uma coisa ser ‘má’ – quer dizer, não me convir – por muito que ma mandem fazer, ou ‘boa’ e conveniente mesmo que ninguém me mande que a faça?"


 Fernando Savater, in “Ética para um jovem”

15 fevereiro, 2011

Evelyn Glennie - Drive TV Hamburg

Uma amiga enviou-me este vídeo.
Tem várias coisas interessantes. A primeira é a música. A segunda é ser tocada por uma percurssionista surda. A terceira, é o ponto de vista dela sobre os sons e a forma de os ouvir.
A quarta é ser um concerto e entrevista em Hamburgo, numa sala e numa cidade que eu conheço bem.