24 janeiro, 2007

Então é assim! Nenhum professor, ou quase nenhum da minha escola, comentou seriamente a história do professor único até ao fim do 2º ciclo.
Parece que ninguém acredita ou então ninguém quer saber, o que é, em ambos os casos, muito português. Que acham?

2 comentários:

  1. As normas para que apontam estes arremedos de reformas (contra-
    reformas, na verdade) são da mais vetusta e anti-moderna concepção.

    Os professores do 2º e 3º ciclo desenvolvem uma pedagogia
    diferenciada, alcançam mestria na sua prática docente numa dada área
    disciplinar, não apenas em função de saberes científicos que têm
    inegavelmente que possuir para serem capazes de ensinar algo de
    consistente; também em relação à sua metodologia de ensino.


    Não se pode comparar as metodologias de português e de educação visual
    ou de matemática e de geografia. São áreas que podem ter algo em comum
    como todo o ensino, mas não podem ser abarcadas e leccionadas com
    qualidade por um docente único.


    Além disso, é de toda a conveniência que as crianças e jovens
    contactem com vários docentes, pois isso lhes permite uma
    mundivivência maior. A sua relação humana com adultos será mais
    enriquecida, tanto mais que hoje em dia a família está reduzida ao
    núcleo pais-filhos, sendo que muitas vezes, por afazeres diversos, os
    pais se encontram pouco disponíveis para acompanhamento dos filhos.


    Aliás, querer que o ensino seja algo semelhante a uma mono-docência
    pelo período mais dilatado possível, é absurdo em termos de evolução
    das sociedades, pois se pede -ao mesmo tempo- que os adultos sejam
    cada vez mais especializados.
    Pede-se para os adultos terem formações profissionais especializantes
    e não generalizantes.


    Portanto, será muito absurdo - num domínio com o seu saber técnico
    altamente especializado como é a docência, incluindo a docência dos
    alunos mais jovens - querer acabar com ou limitar drasticamente a
    especialização.
    Esta não é sinónimo de competência, porém permite que alcancem alguns
    um nível de competência satisfatório.


    Uma reforma da formação inicial e do regime de carreira dos docentes
    deveria ser avaliada pelo acréscimo de competências específicas que
    ela vai trazer. O que sobressai desta é a total desqualificação das
    formações (antes especializadas) de educador de infância, professor do
    1º ciclo e do 2 e 3º ciclos.


    Uma catástrofe mais, a somar às muitas bestialidades a que temos
    assistido nestes anos...

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  2. Pois é Manel, mas é por estas coisas que saem do ME que a educação está como está. Que fazer?
    Obrigada pelo comentário. Susana

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