09 janeiro, 2008

´"A moral pública da era Sócrates"

Sob este título, Manuel Carvalho fez o editorial do Público do domingo 6 de Janeiro último.
Só pelo tema já dá para ver que 2008 não vai ser muito diferente de 2007 no que toca ao grupo dos "socretinos" que andam por aí, com ar ufano, nos últimos anos.
Diz o editorialista "Pegando nas pontas de múltiplas iniciativas, percebe-se que o país está a ser comprimido por restrições destinadas a criar um homem novo na costa oeste da Europa, um homem crente nas virtudes do Governo, saudável, civilizado e sem vícios."

Conforme fui lendo o texto até ao fim (ainda é uma mania que tenho) fui pensando em como no fundo, quase todas as análises que se vão fazendo em torno da nossa falta crónica de civismo, estão erradas.
Primeiro, porque para sermos mais civilizados não precisamos de ir buscar nenhum modelo ao estrangeiro. Segundo, também não precisamos de perder as características tipicamente portuguesas que temos para ser mais cidadãos. Terceiro é precisamente por essas manias que os políticos nos impõem que demoramos tanto a mudar hábitos e mentalidades.

Sem brincar, temos de deixar de confiar numa classe política que não sabe fazer nada nem ser nada a não ser política e políticos. Quem se julgam eles? Porque é que um homem, que nunca na vida fez nada senão ser político, nem tem uma profissão, nem uma especialização, nem reconhecida experiência em área nenhuma, a não ser mover-se e pelos vistos safar-se na área da corte política lisboeta, acha que tem a capacidade de saber como mudar um país?
Claro que não sabe: copia ali, cola acolá, remenda mais à frente, corta e cose e já está!
E com isto temos mais uma vez uma corte, cheia de cortesãos a mover-se como formigas a a amealhar à custa de quem não pode fugir e tem de se sujeitar.

Eu continuo a pensar que é na educação que se pode fazer a mudança. Está visto que os políticos não pensam assim. Mas parece-me que há cada vez mais pessoas a pensar o mesmo que eu.
Por outro lado acho que o "poder" que todos os profissionais ligados às escolas têm, talvez em conjunto com alguns pais, podia e devia ser utilizado para mudar, para melhor, a sociedade portuguesa.

Sei que devia desenvolver melhor esta ideia, mas neste momento não sou capaz. Pode ser que alguém queira ajudar!

1 comentário:

  1. A educação, sem dúvida: mas uma educação cívica é impossível nas escolas portuguesas. As escolas são fábricas de submissão ao poder e à norma, por mais estúpida ou aviltante que esta seja.
    A única educação ou pedagogia não alienada, deturpada, subordinada aos interesses dos políticos e dos ricos é a que podemos fazer livremente(todos, não somente os que têm profissão de docência) em colectivos autónomos, de intervenção em todas as esferas da vida pública.
    Porque a educação e a pedagogia não têm fronteiras, podem ser exercidas em sindicatos, associações culturais, etc, etc.
    Manuel Baptista

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