Estive a reler o Currículo Nacional para me certificar que o nosso governo não tem mesmo vergonha na cara.
Já sabia mas agora tenho a certeza: sendo a Música parte integrante do Currículo do 1º Ciclo como é que se contratam professores a recibo verde e mal pagos, para dar música como actividade extra-curricular e ainda por cima só para quem quer?
Há aqui uma quantidade de ilegalidades a vários níveis e por isso gostaria que alguém me ajudasse a desmontar esta situação.
- Há a situação da desigualdade de acesso dos alunos à aprendizagem da música;
- Há a forma de tratamento dos professores contratados para o efeito;
- Há a falta de condições de trabalho para estes e de aprendizagem para os alunos;
- Há a conivência de toda uma classe de professores que se calam e deixam andar;
- Há uma plataforma de sindicatos que não sei para que serve, talvez de trampolim?
- Há o problema de quem contrata, os Conselhos Executivos, que dizem que cumprem ordens....
Então pergunto haverá alguém responsável neste país que possa pôr o dedo no ar e dizer: fui eu que fiz a asneira, mas a culpa foi do....
Pois é, eu andei lá. E se comhecesses os "jarros" que me contrataram (escolhidos pela nossa querida CMP). Em primeiro lugar é uma associação com um carácter no mínimo obscuro (Ass. do coro gregoriano de penafiel????) que tem a cargo todas as escolas do Porto (cidade). Fui ler os estatutos da escola de música deles e fiquei a pensar nos chamados 3 Fs. Depois se se procurar na net, seja qual for a cidade do distrito do Porto não está em lado nenhum a quem as respectivas camaras delegaram a responsabilidade de contratarem professores. Eu só soube do Porto e de Gaia por cunha. Mas tudo tentei para encontrar Vila do Conde, Póvoa, etc, e nada. Aliás quando soube quem era no Porto (os tais de Penafiel)além dos tais estatutos, nem uma referência a isso. Quanto aos horários são de tal forma que em uma escola que eu estive eram precisos "6" (seis) professores diferentes (só na música) para os alunos (cujos pais deram o aval) terem aulas...
ResponderEliminarO M.E. incumbiu as delegações regionais de dizer informar as Câmaras quais as habilitações mínimas para efeito de contratação dos referidos professores avençados. Algumas Delegações Regionais aconselharam as Câmaras a fazerem parcerias com instituições de ensino artístico da região para que as apoiassem na contratação.
ResponderEliminarNa verdade, salvo honrosas excepções, a verdade é que a contratação foi idêntica à dos professores de moral..., a benção do sr. Bispo.
Acresce dizer que só a designação de 'enriquecimento curricular' dá-me urticária aguda!
Quando penso no assunto fico danada! Mas fico mais danada com a indiferença quase total de quem se deveria manifestar. Gostava de contribuir para acabar com esta pouca vergonha, mas sinto-me isolada e impotente.
ResponderEliminarSusana
Isto é um assunto tipicamente sindical.
ResponderEliminardevemos aprender a funcionar em colectivo e perguntar como devemos ir para a luta!
Não é perguntar se vale a pena lutar, se é oportuno, etc.
é apenas COMO ir para a luta... a verdadeira questão.
Saúde,
Manuel
Tens razão Manel! Eu sinto-me realmente impotente porque as pessoas que estão a ser abusadas são quase todas novas no ensino, não sabem muito bem os direitos que têm e os sindicatos, mesmo sabendo o que se passa, não reagem. Além disso a conivência dos professores que os contratam assusta-me, porque acho que cumprir ordens, mesmo que ilegais e inconstitucionais não é justificação para o que se está a passar.
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