19 dezembro, 2011
01 dezembro, 2011
Sobre os tecnocratas sem rosto
“Agora que estamos perante a primeira grande ruptura do século XXI, quando a rapidez das decisões esmaga o tempo humano da compreensão, quando a nossa consciência da realidade parece sempre tardia, e a destempo, como se nada pudéssemos fazer, e tudo estivesse decidido por um alguém que é ninguém, agora, precisamos, mais do que nunca, de reforçar a democracia”, afirmou o reitor da Clássica, salientando que “não basta insistir no triângulo virtuoso da educação, da ciência e da inovação”.
António Nóvoa, em Lisboa, há uns dias atrás. Daqui.
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TCHAIKOVSKY Magnifique [Ballet] (Malandain Ballet, 2010)
Eu sei que é apenas um vídeo promocional da Naxos, mas vale a pena ver. Além dos bocadinhos de música de Tchaikovsky a coreografia é fantástica.
21 novembro, 2011
TIC - a propósito do programa curricular.
“Há que mudar um programa completamente desajustado da realidade” - no Educare.pt
As mudanças que a Associação Nacional de Professores de Informática (ANPRI) defende são conhecidas. A disciplina de Tecnologias da Informação e Comunicação (TIC) deve sair do 9.º ano e constar nos currículos do 5.º e 7.º anos, ou seja, no início do 2.º e 3.º ciclos. António Ramos, presidente da ANPRI, refere que a matéria das TIC deve assentar em programas flexíveis e ser lecionada por professores com formação adequada. "E não servir para completar horários de forma indiscriminada", sublinha.
Mudar a disciplina para o 6.º ano, como o ministro da Educação já aflorou, é um erro para a ANPRI, que colocou as suas reservas aquando da elaboração do atual programa. "Defendemos uma visão de processo e/ou de projeto em detrimento de uma visão tecnicista e totalmente virada para as aplicações" - sustenta o responsável, professor na Secundária de D. Dinis, em Marvila, Lisboa, e doutorando em Educação no Instituto de Educação da Universidade de Lisboa.
António Ramos, sócio-fundador da ANPRI, chama a atenção para algumas situações. "São agora visíveis as consequências do desaparecimento das TIC no 10.º ano dos cursos científico-humanísticos, com os alunos a chegarem ao 12.º ano sem conseguirem fazer um gráfico numa folha de cálculo ou sem saberem integrar informação de uma aplicação num documento estruturado". E, na sua opinião, desinvestir na educação é "hipotecar o futuro da nação".
EDUCARE.PT: O ministro da Educação admite a possibilidade de retirar a disciplina TIC do 9.º ano. A medida parece gerar consenso, mas a ANPRI não gostou da afirmação de que os alunos do 9.º ano já sabem mexer num computador. O que se passa?
António Ramos: Em primeiro lugar, quero dizer que a ANPRI defende, desde há vários anos, que a disciplina de TIC não deveria estar no 9.º ano de escolaridade. Sempre defendemos que uma disciplina de carácter introdutório às tecnologias da informação e da comunicação deveria ter presença no início dos ciclos e não no seu final. E, nesse sentido, estamos de acordo com uma eventual alteração do posicionamento da disciplina no currículo.
Mas a afirmação proferida pelo senhor ministro da Educação ao jornal Público, afirmando que "a maioria dos jovens já domina os computadores perfeitamente e é questionável que seja necessário ter uma disciplina de TIC", é reveladora que foi, seguramente, mal informado pelos seus assessores. A grande maioria dos alunos neste nível de escolaridade sabe, de facto, trabalhar com um computador. Mas "dominar" significa que o aluno deveria saber trabalhar de um modo eficaz e eficiente, pesquisando e selecionando informação, produzindo documentos estruturados. Uma grande maioria destes alunos sabe utilizar, de facto, um motor de busca, mas as suas pesquisas são muitas vezes mal direcionadas. Depois há problemas na seleção de fontes fidedignas, servindo para a maioria dos estudantes a primeira fonte que obtêm numa pesquisa. De seguida, o tratamento da informação passa muitas vezes por um processo de cópia, pura e simples, sem qualquer trabalho por parte do aluno. E há ainda problemas mais graves, nomeadamente no campo da segurança. A maioria destes alunos tem conta aberta no Facebook, colocando online informação pessoal e fotografias de modo indiscriminado e sem qualquer sentido de responsabilidade. O Facebook tem servido também como elemento de cyberbullying, situação que se tem agravado.
Por isso, dizer-se que "é questionável que seja necessário ter uma disciplina de TIC" é uma afirmação perigosa, suportada por falsas premissas. Há, isso sim, que mudar um programa completamente desajustado da realidade, apoiado por manuais escolares que dão preferência à componente técnica da disciplina. Há, isso sim, que pensar que uma disciplina como esta deve estar no início de cada ciclo, preparando os alunos para a utilização das TIC nesse ciclo.
E: Nuno Crato abriu a porta à possibilidade de as TIC passarem a ser lecionadas no 2.º ciclo, mais concretamente no 6.º ano. É razoável que assim seja, uma vez que a ANPRI defende as TIC no 5.º e no 7.º anos, ou seja, no início do 2.º e 3.º ciclos?
AR: Colocar a disciplina no 6.º ano é, na nossa opinião, um erro. A ANPRI defende a necessidade de uma disciplina deste tipo no início de cada ciclo. Falamos, concretamente, do 5.º e do 7.º anos. A ideia de uma disciplina deste tipo é dotar o aluno das competências necessárias a cada ciclo. Isso só se consegue com o posicionamento da disciplina no início do ciclo, não no final. E há claramente necessidades diferentes no início do 2.º ou do 3.º ciclos.
Mas falamos também no 10.º ano, onde a retirada desta disciplina dos cursos científico-humanísticos deixou estes alunos com um défice de formação nesta área no que respeita aos seus colegas dos cursos tecnológicos - entretanto praticamente extintos pelo Ministério da Educação - e dos cursos profissionais. As consequências da remoção das TIC do 10.º ano começam agora a sentir-se. E provam que foi um erro.
E: As alterações que a disciplina possa vir a sofrer serão justificáveis? Em que medida?
AR: A ANPRI tem defendido a desadequação do programa atual de TIC. A existência de uma disciplina deste tipo deve assentar em quatro eixos: informação, produção, comunicação e segurança. Deverá assentar numa filosofia de formação gradual, com os conceitos a serem introduzidos em graus cada vez mais aprofundados conforme a idade do aluno. Deverá privilegiar os processos, assente numa filosofia de projeto, em detrimento da atual filosofia tecnicista. Deverá assentar em programas flexíveis. Deverá estar livre do espartilho de manuais escolares adotados por seis anos. Deverá ser lecionada por professores com formação adequada e não servir para completar horários de forma indiscriminada.
E: Compreende por que razões as TIC estão agora no centro das atenções, a par com EVT? Considera que há aqui uma razão economicista?
AR: Claro que há razões economicistas. O atual momento económico não nos passa ao lado. Sabemos que tem que haver cortes em todos os setores. Mas a educação tem certamente muito por onde cortar, em vez de se eliminar disciplinas e reduzir a qualidade do ensino. E há, certamente, outras razões. Compreendemos que o senhor ministro considere o programa desajustado. Mas essa tem sido a opinião da ANPRI há muitos anos. Já exprimimos as nossas reservas aquando da elaboração do atual programa de TIC. Defendemos uma visão de processo e/ou de projeto em detrimento de uma visão tecnicista e totalmente virada para as aplicações.
E: O que seria melhor para os alunos?
AR: São agora visíveis as consequências do desaparecimento das TIC no 10.º ano dos cursos científico-humanísticos, com os alunos a chegarem ao 12.º ano sem conseguirem fazer um gráfico numa folha de cálculo ou sem saberem integrar informação de uma aplicação num documento estruturado.
O nosso país tem sido apontado como modelo a seguir no que respeita ao investimento que foi feito nas novas tecnologias. Quando todos olham para nós com admiração, nós enterramos a cabeça no chão e começamos a regredir neste setor.
E: Tem chamado a atenção para a questão da segurança na utilização das novas tecnologias, nomeadamente na Internet. O que deve ser feito para alertar os alunos para esses perigos e em que momentos deve ser feito?
AR: Deve-se incluir as questões da segurança no próprio currículo da disciplina. Atualmente estas questões são abordadas em ações patrocinadas pelos fundos europeus, cuja importância e qualidade reconhecemos, mas que dependem da vontade de colaboração de alunos e professores. A importância deste problema é demasiado grande para que isso se possa deixar a critérios de disponibilidade e vontade. A sua abordagem deve ser, por isso, obrigatória, a todos os níveis.
E: A introdução do Magalhães no 1.º ciclo foi uma boa medida? Que balanço faz? Os alunos saíram a ganhar?
AR: A filosofia é muito interessante e há muitos exemplos de boas práticas conseguidas com estes equipamentos. Pensamos que, de um modo geral, o balanço foi positivo e os alunos saíram a ganhar. Mas o programa teve também muitos contratempos.
O maior dos problemas assenta no facto de a introdução do Magalhães no 1.º ciclo ter sido acompanhada por uma intensa falta de formação de qualidade destinada aos docentes deste ciclo, que não são, nem de longe, especialistas no trabalho com sistemas informáticos. Muitas das ações de formação previstas acabaram por ser cortadas por falta de fundos e a pouca formação de qualidade, que ainda se alcançou, deveu-se mais à carolice de muitos dos formadores e centros do que a um plano estruturado de formação que era indispensável.
E: Que preocupações colocará em cima da mesa quando reunir com o ministro da Educação?
AR: De um modo genérico, as nossas preocupações passam pela qualidade do ensino e pela participação ativa da ANPRI na definição das estratégias para esta área e, principalmente, no desenho curricular do Ensino Básico e Secundário e na elaboração dos conteúdos programáticos da(s) disciplina(s). Defendemos também todas as medidas que permitam o cumprimento das metas definidas em vários documentos elaborados ou assinados pelo governo português, desde as metas de aprendizagem, ao quadro estratégico da União Europeia para 2020 e as metas educativas da Organização dos Estados Ibero-Americanos para 2021.
E preocupa-nos também o futuro do ensino da informática do nosso país. Este ano, temos assistido a violações sucessivas da lei, no que respeita à contratação em oferta de escola de professores de informática, atribuindo-se horários deste grupo a docentes sem a mínima qualificação para o exercício da função e em total atropelo da legislação em vigor.
E: Como olha para o futuro do setor educativo?AR: Com muita preocupação. Com menos professores, com menos investimento e com menos preocupação na melhoria dos currículos e das aprendizagens, a qualidade do ensino só pode decair a níveis de há muitos anos atrás. A educação não é um setor que possa sofrer cortes indiscriminados sem se baixar, inevitavelmente, a sua qualidade. A educação é, porventura, o setor mais importante deste país e desinvestir nele é hipotecar o futuro da nação.
E: Na sua opinião, o que aconteceu ao Plano Tecnológico da Educação?
AR: Embora a filosofia do plano seja excelente, o que é verdade é que assentou numa visão porventura um pouco megalómana. Investiu-se indiscriminadamente sem se acautelar o futuro. Agora as escolas começam a encontrar os primeiros problemas. A questão do licenciamento dos softwares da Microsoft que acompanhou todos estes computadores é o primeiro sinal de que algo está errado. Outro é a largura de banda disponibilizada às escolas, muito abaixo da largura de banda publicitada. Ao que se diz, resultado de uma má negociação, mas penso que nunca se saberá a verdadeira razão do problema.
O plano falhou no financiamento de uma série de itens fundamentais, dos quais o mais importante será, certamente, a formação e certificação dos professores. Mas não é o único. O programa e-escolas parou, o e-escolinha (Magalhães) também. Muitas das escolas secundárias que não chegaram a ser intervencionadas pela Parque Escolar ficaram sem o equipamento. A videovigilância está por completar. O programa de certificação de competências para os docentes ficou pelo primeiro de três níveis, mas a formação parou.
E: Teme que as restrições impostas no Orçamento do Estado para a Educação mexam com áreas estruturantes do sistema educativo?
AR: Não temo, tenho a certeza. Elas já aí estão. A suspensão do programa de reestruturação do parque escolar. A suspensão completa do plano tecnológico, aliada à eliminação do crédito horário para as equipas PTE. A criação de um Centro de Apoio TIC às Escolas (CATE) que se suspeita ser um elefante branco que só vem dificultar o funcionamento das escolas, criando um passo intermédio e um atraso na resolução de problemas técnicos nas escolas. O anúncio do desaparecimento de disciplinas ou da fusão de outras. Tudo isso são já certezas de que as restrições impostas no Orçamento do Estado têm repercussões graves em áreas estruturantes do sistema educativo.
António Ramos, presidente da ANPRI, refere que a matéria das TIC deve assentar em programas flexíveis e ser lecionada por professores com formação adequada. "E não servir para completar horários de forma indiscriminada". |
Mudar a disciplina para o 6.º ano, como o ministro da Educação já aflorou, é um erro para a ANPRI, que colocou as suas reservas aquando da elaboração do atual programa. "Defendemos uma visão de processo e/ou de projeto em detrimento de uma visão tecnicista e totalmente virada para as aplicações" - sustenta o responsável, professor na Secundária de D. Dinis, em Marvila, Lisboa, e doutorando em Educação no Instituto de Educação da Universidade de Lisboa.
António Ramos, sócio-fundador da ANPRI, chama a atenção para algumas situações. "São agora visíveis as consequências do desaparecimento das TIC no 10.º ano dos cursos científico-humanísticos, com os alunos a chegarem ao 12.º ano sem conseguirem fazer um gráfico numa folha de cálculo ou sem saberem integrar informação de uma aplicação num documento estruturado". E, na sua opinião, desinvestir na educação é "hipotecar o futuro da nação".
EDUCARE.PT: O ministro da Educação admite a possibilidade de retirar a disciplina TIC do 9.º ano. A medida parece gerar consenso, mas a ANPRI não gostou da afirmação de que os alunos do 9.º ano já sabem mexer num computador. O que se passa?
António Ramos: Em primeiro lugar, quero dizer que a ANPRI defende, desde há vários anos, que a disciplina de TIC não deveria estar no 9.º ano de escolaridade. Sempre defendemos que uma disciplina de carácter introdutório às tecnologias da informação e da comunicação deveria ter presença no início dos ciclos e não no seu final. E, nesse sentido, estamos de acordo com uma eventual alteração do posicionamento da disciplina no currículo.
Mas a afirmação proferida pelo senhor ministro da Educação ao jornal Público, afirmando que "a maioria dos jovens já domina os computadores perfeitamente e é questionável que seja necessário ter uma disciplina de TIC", é reveladora que foi, seguramente, mal informado pelos seus assessores. A grande maioria dos alunos neste nível de escolaridade sabe, de facto, trabalhar com um computador. Mas "dominar" significa que o aluno deveria saber trabalhar de um modo eficaz e eficiente, pesquisando e selecionando informação, produzindo documentos estruturados. Uma grande maioria destes alunos sabe utilizar, de facto, um motor de busca, mas as suas pesquisas são muitas vezes mal direcionadas. Depois há problemas na seleção de fontes fidedignas, servindo para a maioria dos estudantes a primeira fonte que obtêm numa pesquisa. De seguida, o tratamento da informação passa muitas vezes por um processo de cópia, pura e simples, sem qualquer trabalho por parte do aluno. E há ainda problemas mais graves, nomeadamente no campo da segurança. A maioria destes alunos tem conta aberta no Facebook, colocando online informação pessoal e fotografias de modo indiscriminado e sem qualquer sentido de responsabilidade. O Facebook tem servido também como elemento de cyberbullying, situação que se tem agravado.
Por isso, dizer-se que "é questionável que seja necessário ter uma disciplina de TIC" é uma afirmação perigosa, suportada por falsas premissas. Há, isso sim, que mudar um programa completamente desajustado da realidade, apoiado por manuais escolares que dão preferência à componente técnica da disciplina. Há, isso sim, que pensar que uma disciplina como esta deve estar no início de cada ciclo, preparando os alunos para a utilização das TIC nesse ciclo.
E: Nuno Crato abriu a porta à possibilidade de as TIC passarem a ser lecionadas no 2.º ciclo, mais concretamente no 6.º ano. É razoável que assim seja, uma vez que a ANPRI defende as TIC no 5.º e no 7.º anos, ou seja, no início do 2.º e 3.º ciclos?
AR: Colocar a disciplina no 6.º ano é, na nossa opinião, um erro. A ANPRI defende a necessidade de uma disciplina deste tipo no início de cada ciclo. Falamos, concretamente, do 5.º e do 7.º anos. A ideia de uma disciplina deste tipo é dotar o aluno das competências necessárias a cada ciclo. Isso só se consegue com o posicionamento da disciplina no início do ciclo, não no final. E há claramente necessidades diferentes no início do 2.º ou do 3.º ciclos.
Mas falamos também no 10.º ano, onde a retirada desta disciplina dos cursos científico-humanísticos deixou estes alunos com um défice de formação nesta área no que respeita aos seus colegas dos cursos tecnológicos - entretanto praticamente extintos pelo Ministério da Educação - e dos cursos profissionais. As consequências da remoção das TIC do 10.º ano começam agora a sentir-se. E provam que foi um erro.
E: As alterações que a disciplina possa vir a sofrer serão justificáveis? Em que medida?
AR: A ANPRI tem defendido a desadequação do programa atual de TIC. A existência de uma disciplina deste tipo deve assentar em quatro eixos: informação, produção, comunicação e segurança. Deverá assentar numa filosofia de formação gradual, com os conceitos a serem introduzidos em graus cada vez mais aprofundados conforme a idade do aluno. Deverá privilegiar os processos, assente numa filosofia de projeto, em detrimento da atual filosofia tecnicista. Deverá assentar em programas flexíveis. Deverá estar livre do espartilho de manuais escolares adotados por seis anos. Deverá ser lecionada por professores com formação adequada e não servir para completar horários de forma indiscriminada.
E: Compreende por que razões as TIC estão agora no centro das atenções, a par com EVT? Considera que há aqui uma razão economicista?
AR: Claro que há razões economicistas. O atual momento económico não nos passa ao lado. Sabemos que tem que haver cortes em todos os setores. Mas a educação tem certamente muito por onde cortar, em vez de se eliminar disciplinas e reduzir a qualidade do ensino. E há, certamente, outras razões. Compreendemos que o senhor ministro considere o programa desajustado. Mas essa tem sido a opinião da ANPRI há muitos anos. Já exprimimos as nossas reservas aquando da elaboração do atual programa de TIC. Defendemos uma visão de processo e/ou de projeto em detrimento de uma visão tecnicista e totalmente virada para as aplicações.
E: O que seria melhor para os alunos?
AR: São agora visíveis as consequências do desaparecimento das TIC no 10.º ano dos cursos científico-humanísticos, com os alunos a chegarem ao 12.º ano sem conseguirem fazer um gráfico numa folha de cálculo ou sem saberem integrar informação de uma aplicação num documento estruturado.
O nosso país tem sido apontado como modelo a seguir no que respeita ao investimento que foi feito nas novas tecnologias. Quando todos olham para nós com admiração, nós enterramos a cabeça no chão e começamos a regredir neste setor.
E: Tem chamado a atenção para a questão da segurança na utilização das novas tecnologias, nomeadamente na Internet. O que deve ser feito para alertar os alunos para esses perigos e em que momentos deve ser feito?
AR: Deve-se incluir as questões da segurança no próprio currículo da disciplina. Atualmente estas questões são abordadas em ações patrocinadas pelos fundos europeus, cuja importância e qualidade reconhecemos, mas que dependem da vontade de colaboração de alunos e professores. A importância deste problema é demasiado grande para que isso se possa deixar a critérios de disponibilidade e vontade. A sua abordagem deve ser, por isso, obrigatória, a todos os níveis.
E: A introdução do Magalhães no 1.º ciclo foi uma boa medida? Que balanço faz? Os alunos saíram a ganhar?
AR: A filosofia é muito interessante e há muitos exemplos de boas práticas conseguidas com estes equipamentos. Pensamos que, de um modo geral, o balanço foi positivo e os alunos saíram a ganhar. Mas o programa teve também muitos contratempos.
O maior dos problemas assenta no facto de a introdução do Magalhães no 1.º ciclo ter sido acompanhada por uma intensa falta de formação de qualidade destinada aos docentes deste ciclo, que não são, nem de longe, especialistas no trabalho com sistemas informáticos. Muitas das ações de formação previstas acabaram por ser cortadas por falta de fundos e a pouca formação de qualidade, que ainda se alcançou, deveu-se mais à carolice de muitos dos formadores e centros do que a um plano estruturado de formação que era indispensável.
E: Que preocupações colocará em cima da mesa quando reunir com o ministro da Educação?
AR: De um modo genérico, as nossas preocupações passam pela qualidade do ensino e pela participação ativa da ANPRI na definição das estratégias para esta área e, principalmente, no desenho curricular do Ensino Básico e Secundário e na elaboração dos conteúdos programáticos da(s) disciplina(s). Defendemos também todas as medidas que permitam o cumprimento das metas definidas em vários documentos elaborados ou assinados pelo governo português, desde as metas de aprendizagem, ao quadro estratégico da União Europeia para 2020 e as metas educativas da Organização dos Estados Ibero-Americanos para 2021.
E preocupa-nos também o futuro do ensino da informática do nosso país. Este ano, temos assistido a violações sucessivas da lei, no que respeita à contratação em oferta de escola de professores de informática, atribuindo-se horários deste grupo a docentes sem a mínima qualificação para o exercício da função e em total atropelo da legislação em vigor.
E: Como olha para o futuro do setor educativo?AR: Com muita preocupação. Com menos professores, com menos investimento e com menos preocupação na melhoria dos currículos e das aprendizagens, a qualidade do ensino só pode decair a níveis de há muitos anos atrás. A educação não é um setor que possa sofrer cortes indiscriminados sem se baixar, inevitavelmente, a sua qualidade. A educação é, porventura, o setor mais importante deste país e desinvestir nele é hipotecar o futuro da nação.
E: Na sua opinião, o que aconteceu ao Plano Tecnológico da Educação?
AR: Embora a filosofia do plano seja excelente, o que é verdade é que assentou numa visão porventura um pouco megalómana. Investiu-se indiscriminadamente sem se acautelar o futuro. Agora as escolas começam a encontrar os primeiros problemas. A questão do licenciamento dos softwares da Microsoft que acompanhou todos estes computadores é o primeiro sinal de que algo está errado. Outro é a largura de banda disponibilizada às escolas, muito abaixo da largura de banda publicitada. Ao que se diz, resultado de uma má negociação, mas penso que nunca se saberá a verdadeira razão do problema.
O plano falhou no financiamento de uma série de itens fundamentais, dos quais o mais importante será, certamente, a formação e certificação dos professores. Mas não é o único. O programa e-escolas parou, o e-escolinha (Magalhães) também. Muitas das escolas secundárias que não chegaram a ser intervencionadas pela Parque Escolar ficaram sem o equipamento. A videovigilância está por completar. O programa de certificação de competências para os docentes ficou pelo primeiro de três níveis, mas a formação parou.
E: Teme que as restrições impostas no Orçamento do Estado para a Educação mexam com áreas estruturantes do sistema educativo?
AR: Não temo, tenho a certeza. Elas já aí estão. A suspensão do programa de reestruturação do parque escolar. A suspensão completa do plano tecnológico, aliada à eliminação do crédito horário para as equipas PTE. A criação de um Centro de Apoio TIC às Escolas (CATE) que se suspeita ser um elefante branco que só vem dificultar o funcionamento das escolas, criando um passo intermédio e um atraso na resolução de problemas técnicos nas escolas. O anúncio do desaparecimento de disciplinas ou da fusão de outras. Tudo isso são já certezas de que as restrições impostas no Orçamento do Estado têm repercussões graves em áreas estruturantes do sistema educativo.
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20 novembro, 2011
Algumas perguntas sobre bancos
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São José Almeida
19 novembro, 2011
Gerald Celente: Acabemos com esta farsa de demoracia
Fui buscar ao Rogério, aqui ao lado.
Parece que já não está actualizado, mas só parece! Há por aí muita gente distraída. É só para chamar um pouco à atenção!
Parece que já não está actualizado, mas só parece! Há por aí muita gente distraída. É só para chamar um pouco à atenção!
18 novembro, 2011
Tchaikovsky Romance in F Minor, Op.5
Mikhail Pletnev
Mais uma peça com a partitura para seguir.
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Mikhail Pletnev,
Partitura sincronizada,
Piano,
Tchaikovsky
17 novembro, 2011
09 novembro, 2011
05 novembro, 2011
TRIBUTE TO MILES - JAZZ A VIENNE 2011
Estive a ver este Concerto no Mezzo. Este vídeo não tem a qualidade do que eu vi, mas é uma amostra muito boa. Com grandes músicos, claro!
Herbie Hancock, Wayne Shorter, Marcus Miller, Sean Jones, Sean Rickman
Herbie Hancock, Wayne Shorter, Marcus Miller, Sean Jones, Sean Rickman
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Jazz,
Tributo a Miles Davis
04 novembro, 2011
Voto em Branco - de grande utilidade!
"Era o único candidato no boletim de voto e perdeu!"
Uma notícia diferente, que dá alguma esperança à democracia representativa, que é ainda o melhor sistema político conhecido. No Público online de hoje.
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Aqui e agora,
Política
23 outubro, 2011
VENCIMENTOS QUE NAO MERECEM CORTES...
A informação vale o que vale. Chegou-me por email, não sei quem recolheu a informação, se está exacta ou não. Mas como sei que nestes casos a informação tem de ser pública, suponho que esteja certa. Porque é que há pessoas que acham que ganhar estes montantes é legítimo, não consigo entender! É no mínimo imoral. Se é legal, é necessário mudar a lei.
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Aqui e agora.,
Política?
22 outubro, 2011
Liszt - Valse Impromptu (Cziffra)
No Vox Nostra pus uma peça pequenina sincronizada com a partitura. Aqui uma pequena preciosidade que a tecnologia de hoje nos dá com uns clics.
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aniversário,
Cziffra,
Liszt
15 outubro, 2011
Ranking... para que te quero!
"Os rankings criam uma ideia de competitividade na educação e não estou convencido que essa seja necessária. A longo prazo, a colaboração, mais do que a competição, vai gerar melhores
resultados. Aliás, a actual crise financeira revela claramente
resultados. Aliás, a actual crise financeira revela claramente
o que está mal nas nossas decisões económicas, que são
tomadas só tendo em conta a competição. Mas o mais grave nos rankings é que são uma simplificação do que é uma boa escola ou do que é a educação. Portanto, a sua publicação prejudica o debate que as sociedades democráticas precisam fazer sobre os objectivos e os fins da educação. Em última instância são um prejuízo para a democracia em si mesma. Os resultados dos exames são importantes, mas são apenas uma parte da fotografia."
Gert Biesta, hoje no Público, em entrevista a Bárbara Wong
10 outubro, 2011
Elena Lasida
Para ler! Um pouco de optimismo, por uma economista.
Hoje no Público.
"É preciso pensar a economia como um lugar onde se constrói a vida em conjunto"
Por Paulo Miguel Madeira A economista, residente em França, vê a crise como uma oportunidade de realizar uma mudança de fundo que aumente a articulação entre a esfera financeira e a economia real.Elena Lasida, que cresceu no Uruguai e vive em França, veio a Lisboa fazer a palestra da sessão de abertura da conferência Economia Portuguesa: Uma Economia com Futuro, convocada por um conjunto de investigadores e professores de Economia e outras ciências sociais com o objectivo de contribuir para a renovação do pensamento e do discurso económicos. Defende uma mudança de fundo no sistema económico, com particular incidência na lógica do sistema financeiro, e apresentou as ideias de aliança e de promessa como alternativas às de concorrência, contrato e previsão, actualmente hegemónicas.
Elena Lasida, que cresceu no Uruguai e vive em França, veio a Lisboa fazer a palestra da sessão de abertura da conferência Economia Portuguesa: Uma Economia com Futuro, convocada por um conjunto de investigadores e professores de Economia e outras ciências sociais com o objectivo de contribuir para a renovação do pensamento e do discurso económicos. Defende uma mudança de fundo no sistema económico, com particular incidência na lógica do sistema financeiro, e apresentou as ideias de aliança e de promessa como alternativas às de concorrência, contrato e previsão, actualmente hegemónicas.
Em que sentido deve ser a mudança?
Há um problema de coerência do sistema e a actual crise financeira mostrou uma espécie de desfasamento entre todo o sistema financeiro e a economia real. Uma das coisas que é preciso restabelecer é a articulação entre a esfera financeira e a economia real. Parece absolutamente indispensável uma maior ligação entre o sistema financeiro e o resto da economia. E, igualmente, como pensar a economia, não apenas em termos de produção de riqueza, mas também como um lugar onde se constrói a vida em conjunto, a vida da sociedade.
Qual deveria ser a nova relação entre o sistema financeiro e a economia real?
Devia-se criar uma interdependência maior. O sistema financeiro funciona de maneira completamente independente da economia real. A maior parte das empresas tem accionistas e a empresa, sobretudo, produz para poder remunerar os accionistas - e o que é prioritário não é o investimento na actividade, é a remuneração dos accionistas. Na bolsa, o critério para o sistema financeiro é o aumento dos valores bolsistas, sem qualquer relação com a evolução da economia real. Porque a bolsa funciona de modo completamente autónomo. Na economia real, a racionalidade visa calcular o que tem maior probabilidade de dar um lucro mais elevado. No sistema financeiro não é isso: o que se vai procurar é fazer como os outros, mas antes dos outros. Na bolsa, por exemplo, a especulação baseia-se no facto de que se ganha dinheiro vendendo por um preço mais caro do que se comprou. Para isso, o que é preciso é antever o que os outros vão fazer.
Há um problema de coerência do sistema e a actual crise financeira mostrou uma espécie de desfasamento entre todo o sistema financeiro e a economia real. Uma das coisas que é preciso restabelecer é a articulação entre a esfera financeira e a economia real. Parece absolutamente indispensável uma maior ligação entre o sistema financeiro e o resto da economia. E, igualmente, como pensar a economia, não apenas em termos de produção de riqueza, mas também como um lugar onde se constrói a vida em conjunto, a vida da sociedade.
Qual deveria ser a nova relação entre o sistema financeiro e a economia real?
Devia-se criar uma interdependência maior. O sistema financeiro funciona de maneira completamente independente da economia real. A maior parte das empresas tem accionistas e a empresa, sobretudo, produz para poder remunerar os accionistas - e o que é prioritário não é o investimento na actividade, é a remuneração dos accionistas. Na bolsa, o critério para o sistema financeiro é o aumento dos valores bolsistas, sem qualquer relação com a evolução da economia real. Porque a bolsa funciona de modo completamente autónomo. Na economia real, a racionalidade visa calcular o que tem maior probabilidade de dar um lucro mais elevado. No sistema financeiro não é isso: o que se vai procurar é fazer como os outros, mas antes dos outros. Na bolsa, por exemplo, a especulação baseia-se no facto de que se ganha dinheiro vendendo por um preço mais caro do que se comprou. Para isso, o que é preciso é antever o que os outros vão fazer.
Como se pode fazer com que deixe de ser assim?
É preciso controlar a especulação, é preciso criar maior relação entre o valor das acções e a economia real. É precisa uma maior relação entre o que o capital oferece e o que o trabalho oferece.
Na conferência, centrou-se nos conceitos de desenvolvimento durável e de economia solidária. Também devem ser adoptados no sistema financeiro?
É uma coisa que já existe. Há muitos bancos do sector cooperativo, mas do meu ponto de vista é preciso ir mais longe do que isso. É sobretudo preciso criar muito mais interdependência entre quem poupa e quem pede dinheiro à banca, quem pede crédito. Por exemplo, em vários bancos, hoje, ao depositar dinheiro numa conta de poupança, há a possibilidade de perguntar o que é que o banco vai fazer com esse dinheiro, onde o vai aplicar. E há mesmo a possibilidade de escolher o sector em que se quer que o banco aplique o dinheiro, ou escolher renunciar a parte do juro, para que esse juro possa ser investido em actividades de utilidade social. Isto ainda tem um impacto bastante limitado. Mas, por exemplo, o respeito pelo ambiente e pelos direitos sociais são coisas cada vez mais exigidas no investimento.
Defende que devemos pensar mais em termos de qualidade de vida do que de quantidade de produção. Como entende essa qualidade de vida?
Penso que a qualidade de vida não se põe apenas ao nível do rendimento ou do conforto material que se tem - claro que isso conta -, é também todo o tecido relacional em que se está inscrito. É se temos trabalho, se vivemos num local onde se conhecem as outras pessoas, se estamos integrados na sociedade... Nesse sentido, pode-se falar em relação.
É preciso controlar a especulação, é preciso criar maior relação entre o valor das acções e a economia real. É precisa uma maior relação entre o que o capital oferece e o que o trabalho oferece.
Na conferência, centrou-se nos conceitos de desenvolvimento durável e de economia solidária. Também devem ser adoptados no sistema financeiro?
É uma coisa que já existe. Há muitos bancos do sector cooperativo, mas do meu ponto de vista é preciso ir mais longe do que isso. É sobretudo preciso criar muito mais interdependência entre quem poupa e quem pede dinheiro à banca, quem pede crédito. Por exemplo, em vários bancos, hoje, ao depositar dinheiro numa conta de poupança, há a possibilidade de perguntar o que é que o banco vai fazer com esse dinheiro, onde o vai aplicar. E há mesmo a possibilidade de escolher o sector em que se quer que o banco aplique o dinheiro, ou escolher renunciar a parte do juro, para que esse juro possa ser investido em actividades de utilidade social. Isto ainda tem um impacto bastante limitado. Mas, por exemplo, o respeito pelo ambiente e pelos direitos sociais são coisas cada vez mais exigidas no investimento.
Defende que devemos pensar mais em termos de qualidade de vida do que de quantidade de produção. Como entende essa qualidade de vida?
Penso que a qualidade de vida não se põe apenas ao nível do rendimento ou do conforto material que se tem - claro que isso conta -, é também todo o tecido relacional em que se está inscrito. É se temos trabalho, se vivemos num local onde se conhecem as outras pessoas, se estamos integrados na sociedade... Nesse sentido, pode-se falar em relação.
Acredita que estas ideias podem ser aceites e ganhar força na sociedade? No final de 2008, quando o sistema financeiro ocidental estava à beira da falência, falou-se muito de alternativas para o funcionamento da economia, na regulação da finança e da economia global, mas depois pouco mudou. Parece que as pessoas querem que as coisas continuem como estão.
É verdade. É preciso conseguir mostrar às pessoas que, com um modo de vida em que se partilha mais, em que há mais tempo para estar com os outros, em que a relação tem um lugar mais importante, pode-se viver melhor. É importante que as pessoas experimentem e sintam que um outro modo de vida dá mais felicidade.
Disse que o interesse do comércio justo e do microcrédito é mostrar que é possível a economia funcionar de modo diferente do dominante. Isso pode desencadear uma mudança?
Penso que há uma capacidade transformadora, que estas realidades estão a fazer mudar as coisas. Mas não sei como isso vai acontecer. A mudança não será porque todas as empresas se vão transformar em cooperativas. A mudança é mais por, hoje, as grandes empresas colocarem a questão da democratização da empresa, da ligação empresa-cidadão, da responsabilidade social da empresa.
Defende então a ampliação da economia social e solidária...
Sim, mas não creio que se deva dizer que é um modelo que se deva generalizar. Não acredito nisso, mas acredito que se possa alargar bastante face à sua realidade actual.
É verdade. É preciso conseguir mostrar às pessoas que, com um modo de vida em que se partilha mais, em que há mais tempo para estar com os outros, em que a relação tem um lugar mais importante, pode-se viver melhor. É importante que as pessoas experimentem e sintam que um outro modo de vida dá mais felicidade.
Disse que o interesse do comércio justo e do microcrédito é mostrar que é possível a economia funcionar de modo diferente do dominante. Isso pode desencadear uma mudança?
Penso que há uma capacidade transformadora, que estas realidades estão a fazer mudar as coisas. Mas não sei como isso vai acontecer. A mudança não será porque todas as empresas se vão transformar em cooperativas. A mudança é mais por, hoje, as grandes empresas colocarem a questão da democratização da empresa, da ligação empresa-cidadão, da responsabilidade social da empresa.
Defende então a ampliação da economia social e solidária...
Sim, mas não creio que se deva dizer que é um modelo que se deva generalizar. Não acredito nisso, mas acredito que se possa alargar bastante face à sua realidade actual.
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Economia/Finanças
05 outubro, 2011
04 outubro, 2011
01 outubro, 2011
Haendel - Dia Mundial da Música
Philippe Jaroussky
"Lascia ch'io pianga"da Ópera "Rinaldo"
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25 setembro, 2011
Mozart - Adagio in E, K. 261
Nathan Milstein, 1950 Vladimir Golschmann, RCA Victor Orchestra
Só a música, com os ruídos dos antigos discos de vinil.
Mais uma peça de Mozart através das memórias que tenho do Rainer.
Só a música, com os ruídos dos antigos discos de vinil.
Mais uma peça de Mozart através das memórias que tenho do Rainer.
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Rainer
24 setembro, 2011
O homem mais rápido sem pernas - Oscar Pistorius
Foi a fotografia que me chamou a atenção, mas a entrevista é muito interessante de ler. Passa uma mensagem bastante importante para aquelas pessoas que se queixam de tudo na vida.
A fotografia online é muito mais impressionante.
No Público online .
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11 setembro, 2011
11 de Setembro 2011 - a melhor crónica
Não podia deixar passar. Vale a pena ler, do princípio até ao fim, sem saltar partes ou ler na diagonal. No Público de hoje, dedicado em boa parte à data que hoje se comemora.
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Frei Bento Domingues
08 setembro, 2011
Sobre o início do ano escolar...
Hoje no Público a pergunta a algumas pessoas era:
Que medida gostaria de ver adoptada nas escolas pelo novo ministro?
Achei muito pertinente a resposta de Lucília Salgado, Investigadora e docente na Escola Superior de Educação de Coimbra :
"Gostaria que continuasse a fomentar na mesma linha a educação de adultos, porque ela tem um efeito importantíssimo nos filhos. Os adultos que fizeram um processo de educação de adultos têm melhores competências para orientar os filhos na escola e isso pode mudar o nosso sistema educativo, cujo atraso se deveu ao atraso dos adultos que não souberam - não sabiam - orientar os filhos para a escola. Os estudos comprovam, por exemplo, que os adultos que faziam as Novas Oportunidades conseguiam ter uma prática de envolvimento com os filhos que é facilitadora do sucesso escolar".
Que medida gostaria de ver adoptada nas escolas pelo novo ministro?
Achei muito pertinente a resposta de Lucília Salgado, Investigadora e docente na Escola Superior de Educação de Coimbra :
"Gostaria que continuasse a fomentar na mesma linha a educação de adultos, porque ela tem um efeito importantíssimo nos filhos. Os adultos que fizeram um processo de educação de adultos têm melhores competências para orientar os filhos na escola e isso pode mudar o nosso sistema educativo, cujo atraso se deveu ao atraso dos adultos que não souberam - não sabiam - orientar os filhos para a escola. Os estudos comprovam, por exemplo, que os adultos que faziam as Novas Oportunidades conseguiam ter uma prática de envolvimento com os filhos que é facilitadora do sucesso escolar".
É pertinente, porque é um ponto de vista sistematicamente esquecido quando se fala em educação de adultos, em formação ao longo da vida e se argumenta com os custo para o país.
Acho que a ignorância é sempre mais cara do que as Novas Oportunidades.
Temos de quebrar o ciclo da pouca importância da Escola na nossa sociedade.
É isso que tem atrasado o país e mantido no poder uma determinada elite, pouco dada a democracia real e já agora maioritariamente pouco culta!
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06 setembro, 2011
Aniversário do Rainer
Hoje faria 58 anos.
Uma das suas peças preferidas, do seu adorado Mozart.
Uma das suas peças preferidas, do seu adorado Mozart.
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23 agosto, 2011
Acabou o jogo dos dominós
O comentário de Jorge Almeida Fernandes, hoje no Público.
Vale a pena ler!
A queda do regime de Muammar Khadafi é um acontecimento impressionante. Muitos a olham já como o detonador da segunda vaga ou de um segundo alento das revoluções árabes. É fascinante a vários títulos. Marca o fim de seis meses de guerra civil e de quatro de intervenção da NATO. Por outro lado, Khadafi não é um déspota cinzento como o tunisino Ben Ali, com quem tudo começou. O espalhafatoso coronel é uma vedeta, um clown "global", praticamente desde que conquistou o poder há 42 anos. Foi o encenador do seu próprio espectáculo. Por isso, mais impressionante é a queda.
O público maravilhou-se com o "efeito dos dominós" - Tunísia, Egipto, Líbia, Iémen, Bahrein, Síria... O temor do contágio levou alguns governantes - inclusive os sauditas, guardiões da ordem - a ensaiar reformas, umas cosméticas, outras com algum alcance, caso de Marrocos. Os últimos meses foram marcados pela derrota dos manifestantes xiitas do Bahrein, pela repressão na Síria e pela imagem de atolamento das transições nos próprios países exemplares - a Tunísia e o Egipto.
"Muita da visão convencional nas últimas semanas era a de que a Primavera Árabe se estava a transformar num Verão maçador", escreveu ontem o americano Philip Zelikow no Financial Times. "A queda do coronel Khadafi vai renovar o ímpeto." Para já na Síria. Mas provavelmente ressoará por todo o Magrebe e no Golfo Pérsico. Vários analistas árabes esperam que a máquina revolucionária reentre em funcionamento.
O teste sírio
O primeiro teste será logicamente em Damasco. O regime de Bashar al-Assad perdeu a legitimidade. Tem sido objecto de uma política de influências cruzadas entre a Turquia, o Irão e a Arábia Saudita. A capacidade de arbitragem das potências regionais está a esgotar-se. Damasco não escuta os conselhos reformistas turcos, estes são contrariados pelo Irão, que tem meios de pressão sobre Ancara, enquanto a Arábia Saudita espreita o momento de colher os frutos da sua discreta intervenção. A queda de Assad mudaria o xadrez regional. Israel assiste inquieto, já que outra peça do tabuleiro regional se começou a mover em seu desfavor - o novo Egipto. Note-se que a ameaça de outro incêndio em Gaza pode obrigar os actores a refazer todos os cálculos.
O regime sírio resiste, mas desgasta-se inexoravelmente. Explica um diplomata francês, recém-chegado de Damasco, que também a capital se começa a mover, pacientemente, da periferia para o centro. As manifestações mudam a vida das pessoas pelo simples facto de elas "poderem gritar a sua cólera quanto mais não seja por alguns minutos". "Este efémero sentimento de liberdade contribui para destruir o seu maior inimigo - o muro do seu medo pessoal. (...) O regime não poderá aguentar o ritmo actual da repressão e da vigilância." Há fissuras na sua própria base de apoio, a minoria alauíta.
As difíceis transições
A Tunísia e o Egipto têm sido olhados como decepção. "Os países em transição enfrentam imperativos contraditórios", escreve Marina Ottaway, do Carnegie Endowment for International Peace. "Precisam de andar depressa para eleger governos legítimos que possam fazer verdadeiras reformas, mas precisam de tempo para obter consensos sobre princípios", consolidar os partidos e fazer leis eleitorais. Entretanto, "as pessoas estão cansadas de esperar e querem ver mudanças" e dão sinais de que podem voltar às ruas.
"A lição da Tunísia e do Egipto para os países que vão entrar em transição é que é impossível - e até desaconselhável - organizar eleições em poucos meses." Mas um "processo lento" exige um plano de acção e um calendário rigorosos para que os governos não percam a legitimidade, conclui Ottaway.
As instituições exigem tempo. Se milhões de jovens árabes se emanciparam mentalmente em meses, a "Primavera" não se avalia em meses, mas em anos. Trata-se de uma insuportável eternidade para os media, disse alguém.
O principal equívoco é tomar a liberdade como uma espécie de estado natural do homem, o que conduz à ideia peregrina de que, derrubado o tirano, a democracia se derrama sobre os cidadãos. A democracia só existe sobre instituições.
É este o novo problema da Líbia, país sem Estado, sem sociedade civil, sem partidos e sindicatos. As ameaças são o vazio e o caos. Não há forças com legitimidade e capacidade para governar. Por isso a vitória sobre Khadafi foi ironicamente qualificada de "sucesso catastrófico". Recusar o caos é começar por procurar um consenso entre tribos e regiões e um tipo de poder que a generalidade dos cidadãos aceitem. Não há democracia de dominós.
Vale a pena ler!
A queda do regime de Muammar Khadafi é um acontecimento impressionante. Muitos a olham já como o detonador da segunda vaga ou de um segundo alento das revoluções árabes. É fascinante a vários títulos. Marca o fim de seis meses de guerra civil e de quatro de intervenção da NATO. Por outro lado, Khadafi não é um déspota cinzento como o tunisino Ben Ali, com quem tudo começou. O espalhafatoso coronel é uma vedeta, um clown "global", praticamente desde que conquistou o poder há 42 anos. Foi o encenador do seu próprio espectáculo. Por isso, mais impressionante é a queda.
O público maravilhou-se com o "efeito dos dominós" - Tunísia, Egipto, Líbia, Iémen, Bahrein, Síria... O temor do contágio levou alguns governantes - inclusive os sauditas, guardiões da ordem - a ensaiar reformas, umas cosméticas, outras com algum alcance, caso de Marrocos. Os últimos meses foram marcados pela derrota dos manifestantes xiitas do Bahrein, pela repressão na Síria e pela imagem de atolamento das transições nos próprios países exemplares - a Tunísia e o Egipto.
"Muita da visão convencional nas últimas semanas era a de que a Primavera Árabe se estava a transformar num Verão maçador", escreveu ontem o americano Philip Zelikow no Financial Times. "A queda do coronel Khadafi vai renovar o ímpeto." Para já na Síria. Mas provavelmente ressoará por todo o Magrebe e no Golfo Pérsico. Vários analistas árabes esperam que a máquina revolucionária reentre em funcionamento.
O teste sírio
O primeiro teste será logicamente em Damasco. O regime de Bashar al-Assad perdeu a legitimidade. Tem sido objecto de uma política de influências cruzadas entre a Turquia, o Irão e a Arábia Saudita. A capacidade de arbitragem das potências regionais está a esgotar-se. Damasco não escuta os conselhos reformistas turcos, estes são contrariados pelo Irão, que tem meios de pressão sobre Ancara, enquanto a Arábia Saudita espreita o momento de colher os frutos da sua discreta intervenção. A queda de Assad mudaria o xadrez regional. Israel assiste inquieto, já que outra peça do tabuleiro regional se começou a mover em seu desfavor - o novo Egipto. Note-se que a ameaça de outro incêndio em Gaza pode obrigar os actores a refazer todos os cálculos.
O regime sírio resiste, mas desgasta-se inexoravelmente. Explica um diplomata francês, recém-chegado de Damasco, que também a capital se começa a mover, pacientemente, da periferia para o centro. As manifestações mudam a vida das pessoas pelo simples facto de elas "poderem gritar a sua cólera quanto mais não seja por alguns minutos". "Este efémero sentimento de liberdade contribui para destruir o seu maior inimigo - o muro do seu medo pessoal. (...) O regime não poderá aguentar o ritmo actual da repressão e da vigilância." Há fissuras na sua própria base de apoio, a minoria alauíta.
As difíceis transições
A Tunísia e o Egipto têm sido olhados como decepção. "Os países em transição enfrentam imperativos contraditórios", escreve Marina Ottaway, do Carnegie Endowment for International Peace. "Precisam de andar depressa para eleger governos legítimos que possam fazer verdadeiras reformas, mas precisam de tempo para obter consensos sobre princípios", consolidar os partidos e fazer leis eleitorais. Entretanto, "as pessoas estão cansadas de esperar e querem ver mudanças" e dão sinais de que podem voltar às ruas.
"A lição da Tunísia e do Egipto para os países que vão entrar em transição é que é impossível - e até desaconselhável - organizar eleições em poucos meses." Mas um "processo lento" exige um plano de acção e um calendário rigorosos para que os governos não percam a legitimidade, conclui Ottaway.
As instituições exigem tempo. Se milhões de jovens árabes se emanciparam mentalmente em meses, a "Primavera" não se avalia em meses, mas em anos. Trata-se de uma insuportável eternidade para os media, disse alguém.
O principal equívoco é tomar a liberdade como uma espécie de estado natural do homem, o que conduz à ideia peregrina de que, derrubado o tirano, a democracia se derrama sobre os cidadãos. A democracia só existe sobre instituições.
É este o novo problema da Líbia, país sem Estado, sem sociedade civil, sem partidos e sindicatos. As ameaças são o vazio e o caos. Não há forças com legitimidade e capacidade para governar. Por isso a vitória sobre Khadafi foi ironicamente qualificada de "sucesso catastrófico". Recusar o caos é começar por procurar um consenso entre tribos e regiões e um tipo de poder que a generalidade dos cidadãos aceitem. Não há democracia de dominós.
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16 agosto, 2011
Song Without Words Op.102 no.1 in E Minor
Mais Mendelssohn, tocado por Barenboim. Mais Canções sem palavras.
Lied ohne Worte, em alemão, de um compositor que também nasceu em Hamburgo.
Lied ohne Worte, em alemão, de um compositor que também nasceu em Hamburgo.
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Palavras para quê? Mendelssohn. Barenboim
14 agosto, 2011
"Ou as coisas mudam, ou muito ainda está para vir"
A última parte de uma entrevista a dois jovens ingleses, socialmente interventivos. Muito novos mas que sabem o que dizem.
Vale a pena ler hoje no Público esta entrevista e todo o artigo sobre os motins em Inglaterra.
O que é que Cameron devia fazer?
Amena Amer: Abrir os olhos. E perceber de onde vêm estas pessoas, a discriminação que sentem na polícia e no Estado há anos e a falta de oportunidades por serem de determinada minoria. Se só tentarmos restaurar a ordem sem abordar isto, ficamos sem capacidade para prever o quão pior será da próxima vez.
Symeon Brown: Mais segurança nas ruas é importante. Mas a seguir é preciso perceber a criminalidade juvenil. É preciso falar de cidadania e de identidade e por que há algumas pessoas que se identificam com a comunidade e outras não. Há esta ideia de que estão a incendiar as sua próprias comunidades, mas será que as sentem como suas? Porque é que achamos isso, quando tivemos Thatcher a dizer que não há sociedade, apenas indivíduos e as suas família? Claramente há muito a fazer, mas não acredito que exista vontade para fazer esse debate.
Vale a pena ler hoje no Público esta entrevista e todo o artigo sobre os motins em Inglaterra.
O que é que Cameron devia fazer?
Amena Amer: Abrir os olhos. E perceber de onde vêm estas pessoas, a discriminação que sentem na polícia e no Estado há anos e a falta de oportunidades por serem de determinada minoria. Se só tentarmos restaurar a ordem sem abordar isto, ficamos sem capacidade para prever o quão pior será da próxima vez.
Symeon Brown: Mais segurança nas ruas é importante. Mas a seguir é preciso perceber a criminalidade juvenil. É preciso falar de cidadania e de identidade e por que há algumas pessoas que se identificam com a comunidade e outras não. Há esta ideia de que estão a incendiar as sua próprias comunidades, mas será que as sentem como suas? Porque é que achamos isso, quando tivemos Thatcher a dizer que não há sociedade, apenas indivíduos e as suas família? Claramente há muito a fazer, mas não acredito que exista vontade para fazer esse debate.
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Política?
10 agosto, 2011
Album Blatt Opus 117 by Felix Mendelssohn
Mais uma Canção sem palavras. Em mi menor.
Albumblatt Opus 117 by Felix Mendelssohn, performed by an amateur pianist in Kibbutz Mishmar HaEmeq, Israel, for the celebration of Mendelssohn's 200 anniversary. February 2009.
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Palavras para quê? Mendelssohn.
07 agosto, 2011
Songs Without Words Op.85 no.4 in D Major
Barenboim plays Mendelssohn
Palavras para quê?
Palavras para quê?
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Palavras para quê? Mendelssohn. Barenboim
03 agosto, 2011
Obrigadinho por nada
Na crónica de hoje, no Público, Rui Tavares no seu melhor!
E é que não há maneira de verem!
"Este acordo não é bom para os EUA, que arriscarão trocar uma recuperação fraquinha por um regresso à recessão, e não é bom para o resto do mundo, cada vez mais rendido à ilógica da austeridade expansionária. Quando toda a gente cortar custos para ficar mais competitivo, que vamos fazer com a competitividade ganha? Exportar para Saturno?"
E é que não há maneira de verem!
"Este acordo não é bom para os EUA, que arriscarão trocar uma recuperação fraquinha por um regresso à recessão, e não é bom para o resto do mundo, cada vez mais rendido à ilógica da austeridade expansionária. Quando toda a gente cortar custos para ficar mais competitivo, que vamos fazer com a competitividade ganha? Exportar para Saturno?"
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Rui Tavares
30 julho, 2011
Lixo espacial
Falta um aspirador para nos salvar do lixo espacial
Um muito interessante artigo, no Público online. É educativo ver como os maus princípios praticados no nosso quintal se estendem de uma forma tão grave para o quintal da toda a humanidade. E os responsáveis não têm uma solução.
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22 julho, 2011
Grãos de areia electrónicos
Hoje no Público, P2, naquele pequenino artigo relacionado com o futuro e ciências da Ana Gerschenfeld.
Muito interessante e entusiasmante, pelo menos para mim.
Muito interessante e entusiasmante, pelo menos para mim.
Fazer computadores do tamanho de um grão de areia exige circuitos electrónicos à escala molecular. Mas como ligar entre si os componentes desta futura “electrónica molecular”, controlando a qualidade e a posição das ligações? Yuji Okawa e colegas, do Instituto Nacional da Ciência dos Materiais japonês, conseguiram ultrapassar este obstáculo – que, segundo escrevem no Journal of the American Chemical Society, é “a chave da electrónica molecular”.
A nova técnica, de “soldadura química”, permite “ligar as moléculas funcionais com nanofios condutores” fabricando cadeias moleculares que vão formando ligações químicas espontâneas com os componentes do circuito em construção.
21 julho, 2011
Gabriel Fauré
Um compositor de quem ainda não postei nenhuma peça.
Jean Hubeau - Barcarolle n°4 en la bémol majeur Opus 44
Jean Hubeau - Barcarolle n°4 en la bémol majeur Opus 44
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19 julho, 2011
Uma ponte para atravessar o Mar Vermelho
An image snapped from the Space Shuttle Endeavor shows the Sinai Peninsula (left) and the Strait of Tiran. The finger of water in the middle is the Gulf of Aqaba; the bulge in the lower right is the Red Sea. Egypt and Saudi Arabia plan to build a 32-kilometer (20-mile) bridge across the bottom of the gulf.
Aqui podem ler o artigo e ver mais umas fotografias.
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16 julho, 2011
"Até o Infinito e mais Além "?
Aqui, seguindo este Link vão dar a um documentário da BBC, legendado em Português, sobre a existência ou não do infinito. Matemáticos, cientistas. Muito bem realizado e problematizado. Alguns conceitos muito bem explicados. E claro, com a vantagem de parar, voltar atrás e perceber melhor.
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26 junho, 2011
Como é que se Esquece Alguém que se Ama?
Como é que se Esquece Alguém que se Ama?
Como é que se esquece alguém que se ama? Como é que se esquece alguém que nos faz falta e que nos custa mais lembrar que viver? Quando alguém se vai embora de repente como é que se faz para ficar? Quando alguém morre, quando alguém se separa - como é que se faz quando a pessoa de quem se precisa já lá não está?
As pessoas têm de morrer; os amores de acabar. As pessoas têm de partir, os sítios têm de ficar longe uns dos outros, os tempos têm de mudar Sim, mas como se faz? Como se esquece? Devagar. É preciso esquecer devagar. Se uma pessoa tenta esquecer-se de repente, a outra pode ficar-lhe para sempre. Podem pôr-se processos e acções de despejo a quem se tem no coração, fazer os maiores escarcéus, entrar nas maiores peixeiradas, mas não se podem despejar de repente. Elas não saem de lá. Estúpidas! É preciso aguentar. Já ninguém está para isso, mas é preciso aguentar. A primeira parte de qualquer cura é aceitar-se que se está doente. É preciso paciência. O pior é que vivemos tempos imediatos em que já ninguém aguenta nada. Ninguém aguenta a dor. De cabeça ou do coração. Ninguém aguenta estar triste. Ninguém aguenta estar sozinho. Tomam-se conselhos e comprimidos. Procuram-se escapes e alternativas. Mas a tristeza só há-de passar entristecendo-se. Não se pode esquecer alguem antes de terminar de lembrá-lo. Quem procura evitar o luto, prolonga-o no tempo e desonra-o na alma. A saudade é uma dor que pode passar depois de devidamente doída, devidamente honrada. É uma dor que é preciso aceitar, primeiro, aceitar.
É preciso aceitar esta mágoa esta moinha, que nos despedaça o coração e que nos mói mesmo e que nos dá cabo do juízo. É preciso aceitar o amor e a morte, a separação e a tristeza, a falta de lógica, a falta de justiça, a falta de solução. Quantos problemas do mundo seriam menos pesados se tivessem apenas o peso que têm em si , isto é, se os livrássemos da carga que lhes damos, aceitando que não têm solução.
Não adianta fugir com o rabo à seringa. Muitas vezes nem há seringa. Nem injecção. Nem remédio. Nem conhecimento certo da doença de que se padece. Muitas vezes só existe a agulha.
Dizem-nos, para esquecer, para ocupar a cabeça, para trabalhar mais, para distrair a vista, para nos divertirmos mais, mas quanto mais conseguimos fugir, mais temos mais tarde de enfrentar. Fica tudo à nossa espera. Acumula-se-nos tudo na alma, fica tudo desarrumado.
O esquecimento não tem arte. Os momentos de esquecimento, conseguidos com grande custo, com comprimidos e amigos e livros e copos, pagam-se depois em condoídas lembranças a dobrar. Para esquecer é preciso deixar correr o coração, de lembrança em lembrança, na esperança de ele se cansar.
Miguel Esteves Cardoso, in 'Último Volume'
Não se esquece, mas o tempo faz com que seja suportável a dor.
Esta é a minha esperança!
Já me separei e divorciei e nada é semelhante ao que sinto agora, depois do Rainer morrer.
Nunca o vou esquecer, nunca vou deixar de sentir o que sinto, mas tenho quase a certeza que o tempo me vai ajudar. O MEC tem razão.
Como é que se esquece alguém que se ama? Como é que se esquece alguém que nos faz falta e que nos custa mais lembrar que viver? Quando alguém se vai embora de repente como é que se faz para ficar? Quando alguém morre, quando alguém se separa - como é que se faz quando a pessoa de quem se precisa já lá não está?
As pessoas têm de morrer; os amores de acabar. As pessoas têm de partir, os sítios têm de ficar longe uns dos outros, os tempos têm de mudar Sim, mas como se faz? Como se esquece? Devagar. É preciso esquecer devagar. Se uma pessoa tenta esquecer-se de repente, a outra pode ficar-lhe para sempre. Podem pôr-se processos e acções de despejo a quem se tem no coração, fazer os maiores escarcéus, entrar nas maiores peixeiradas, mas não se podem despejar de repente. Elas não saem de lá. Estúpidas! É preciso aguentar. Já ninguém está para isso, mas é preciso aguentar. A primeira parte de qualquer cura é aceitar-se que se está doente. É preciso paciência. O pior é que vivemos tempos imediatos em que já ninguém aguenta nada. Ninguém aguenta a dor. De cabeça ou do coração. Ninguém aguenta estar triste. Ninguém aguenta estar sozinho. Tomam-se conselhos e comprimidos. Procuram-se escapes e alternativas. Mas a tristeza só há-de passar entristecendo-se. Não se pode esquecer alguem antes de terminar de lembrá-lo. Quem procura evitar o luto, prolonga-o no tempo e desonra-o na alma. A saudade é uma dor que pode passar depois de devidamente doída, devidamente honrada. É uma dor que é preciso aceitar, primeiro, aceitar.
É preciso aceitar esta mágoa esta moinha, que nos despedaça o coração e que nos mói mesmo e que nos dá cabo do juízo. É preciso aceitar o amor e a morte, a separação e a tristeza, a falta de lógica, a falta de justiça, a falta de solução. Quantos problemas do mundo seriam menos pesados se tivessem apenas o peso que têm em si , isto é, se os livrássemos da carga que lhes damos, aceitando que não têm solução.
Não adianta fugir com o rabo à seringa. Muitas vezes nem há seringa. Nem injecção. Nem remédio. Nem conhecimento certo da doença de que se padece. Muitas vezes só existe a agulha.
Dizem-nos, para esquecer, para ocupar a cabeça, para trabalhar mais, para distrair a vista, para nos divertirmos mais, mas quanto mais conseguimos fugir, mais temos mais tarde de enfrentar. Fica tudo à nossa espera. Acumula-se-nos tudo na alma, fica tudo desarrumado.
O esquecimento não tem arte. Os momentos de esquecimento, conseguidos com grande custo, com comprimidos e amigos e livros e copos, pagam-se depois em condoídas lembranças a dobrar. Para esquecer é preciso deixar correr o coração, de lembrança em lembrança, na esperança de ele se cansar.
Miguel Esteves Cardoso, in 'Último Volume'
Não se esquece, mas o tempo faz com que seja suportável a dor.
Esta é a minha esperança!
Já me separei e divorciei e nada é semelhante ao que sinto agora, depois do Rainer morrer.
Nunca o vou esquecer, nunca vou deixar de sentir o que sinto, mas tenho quase a certeza que o tempo me vai ajudar. O MEC tem razão.
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25 junho, 2011
Let Learning Happen - Sugata Mitra at European Zeitgeist 2011
Um vídeo que vale a pena ver e depois reflectir sobre. E quem sabe, discutir e procurar mais informação.
- "Grupos de crianças podem aprender, por elas, a usar um computador e a internet, independentemente de onde são e quem são;
-Grupos de crianças podem aprender todo o géneros de coisas na internet.
-Haverá alguma coisa que não consigam aprender?
- Depois de mais uma experiência a conclusão foi: Grupos de crianças podem aprender quase tudo por elas."
No fim: como podem as escolas se organizar?
Vale a pena ver, com atenção, até ao fim.
Não é, como podem julgar os mais cépticos, mais uma onda de "facilitismo" ou de "ensino pela descoberta" ou ludismo na escola.
É, a meu ver, a forma de, utilizando as ferramentas tecnológicas actuais e aproveitando a vontade de aprender e curiosidade própria das crianças, inventar uma nova escola.
Se alguém no ano de 1970 fizesse uma viagem no tempo à actualidade, diria quanto mudou o mundo.
Porque é que aprender e ensinar se deverá manter igual?
- "Grupos de crianças podem aprender, por elas, a usar um computador e a internet, independentemente de onde são e quem são;
-Grupos de crianças podem aprender todo o géneros de coisas na internet.
-Haverá alguma coisa que não consigam aprender?
- Depois de mais uma experiência a conclusão foi: Grupos de crianças podem aprender quase tudo por elas."
No fim: como podem as escolas se organizar?
Vale a pena ver, com atenção, até ao fim.
Não é, como podem julgar os mais cépticos, mais uma onda de "facilitismo" ou de "ensino pela descoberta" ou ludismo na escola.
É, a meu ver, a forma de, utilizando as ferramentas tecnológicas actuais e aproveitando a vontade de aprender e curiosidade própria das crianças, inventar uma nova escola.
Se alguém no ano de 1970 fizesse uma viagem no tempo à actualidade, diria quanto mudou o mundo.
Porque é que aprender e ensinar se deverá manter igual?
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Aprender,
Nova Pedagogia?,
Sugata Mitra
12 junho, 2011
Mozart, Sinfonia concertante Kv. 364 (2)
Mozart, Sinfonia concertante Kv. 364
2nd mov.: Andante
Rainer Küchl, violin - Heinrich Koll, viola - Wiener Philharmoniker - Zubin Mehta, conductor
Mais música de Mozart, de Hamburgo.
Na realidade, mais escolhas do Rainer!
2nd mov.: Andante
Rainer Küchl, violin - Heinrich Koll, viola - Wiener Philharmoniker - Zubin Mehta, conductor
Mais música de Mozart, de Hamburgo.
Na realidade, mais escolhas do Rainer!
10 junho, 2011
Mozart Concerto No.27 in B flat, Largetto
Alicia de Larocha
De Hamburgo, mais música que o Rainer gostava.
De Hamburgo, mais música que o Rainer gostava.
04 junho, 2011
27 maio, 2011
Schubert: "Der Wanderer", D. 493 - Bis
É uma repetição.
Trouxe a partitura de Hamburgo e claro, voltei a gostar de tocar e de ouvir.
Não é muito original, o post, mas ajuda-me a manter viva.
Trouxe a partitura de Hamburgo e claro, voltei a gostar de tocar e de ouvir.
Não é muito original, o post, mas ajuda-me a manter viva.
22 maio, 2011
Bach's English Suite II, Prelude BWV807
Ivo Pogorelich
Bach para voltar a arrancar com o blogue.
Também era um dos compositores favoritos do Rainer.
Bach para voltar a arrancar com o blogue.
Também era um dos compositores favoritos do Rainer.
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Ivo Pogorelich
25 abril, 2011
A última ópera em Hamburgo
Devo a publicação deste post ao Rainer, que morreu hoje.
Todas, ou quase quase todas as óperas e concertos que vimos juntos, estão aqui publicadas. E estão-no porque ele gostava de ver os meus posts.
A música, de todos os estilos e épocas, ouvida ao vivo, gravada ou trocada em CDs e emails, foi um ponto muito forte da nossa relação.
Infelizmente, "La Bohème", não é uma ópera alegre, mas muito dramática e triste. Foi também das melhores que vimos, onde todas as vozes eram fora de série e tudo o resto altamente conseguido.
Aqui podem ver todo o elenco.
Todas, ou quase quase todas as óperas e concertos que vimos juntos, estão aqui publicadas. E estão-no porque ele gostava de ver os meus posts.
A música, de todos os estilos e épocas, ouvida ao vivo, gravada ou trocada em CDs e emails, foi um ponto muito forte da nossa relação.
Infelizmente, "La Bohème", não é uma ópera alegre, mas muito dramática e triste. Foi também das melhores que vimos, onde todas as vozes eram fora de série e tudo o resto altamente conseguido.
Aqui podem ver todo o elenco.
21 abril, 2011
Hamburger Camerata " Frühlingserwachen"
Ontem, outra vez em Hamburgo, mais um concerto fantástico :
Hamburger Camerata
Elina Vähälä Violine
Ralf Gothóni Klavier und Leitung
Ralph Vaughan Williams: Fantasia on a theme by Thomas Tallis
Felix Mendelssohn Bartholdy: Konzert für Violine, Klavier und Streichorchester d-moll
Darius Milhaud: »Le Printemps« für Kammerensemble
Georges Bizet: Symphonie Nr. 1 C-Dur
Tudo peças escritas ou na juventude ou nos anos do desabrochar da composição destes quatro compositores. Ignorante como sou, só conhecia o Concerto do Mendelssohn, que foi brilhantemente tocado.
O concerto foi nessa sala da fotografia, a sala grande do Laieszhalle e ficamos quase em cima da orquestra, porque o Rainer se enganou a comprar os bilhetes. Mas a troca acabou por ser muito positiva, porque o maestro era o pianista e, além da orquestra toda, vimos bem e ouvimos os solistas.
Hamburger Camerata
Elina Vähälä Violine
Ralf Gothóni Klavier und Leitung
Ralph Vaughan Williams: Fantasia on a theme by Thomas Tallis
Felix Mendelssohn Bartholdy: Konzert für Violine, Klavier und Streichorchester d-moll
Darius Milhaud: »Le Printemps« für Kammerensemble
Georges Bizet: Symphonie Nr. 1 C-Dur
Tudo peças escritas ou na juventude ou nos anos do desabrochar da composição destes quatro compositores. Ignorante como sou, só conhecia o Concerto do Mendelssohn, que foi brilhantemente tocado.
O concerto foi nessa sala da fotografia, a sala grande do Laieszhalle e ficamos quase em cima da orquestra, porque o Rainer se enganou a comprar os bilhetes. Mas a troca acabou por ser muito positiva, porque o maestro era o pianista e, além da orquestra toda, vimos bem e ouvimos os solistas.
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18 abril, 2011
Concerto de Câmara em Hamburgo
Ensemble Acht, como diz o nome, um conjunto de oito músicos, um octeto: um clarinete, Guido Schäfer, um fagote, Christian Kunert, uma trompa, Christoph Moinian, dois violinos, Monia Rizkallah e Annette Schäfer, uma violeta, Antonia Siegers, um violoncelo, Ingo Zander e um contrabaixo, Stefan Schäfer.
Do programa, uma Serenade D-Dur KV 320 de Mozart, a abrir, depois um Oktett d-moll de um compositor de Hamburgo mas com nome francês, Ferdinand Thieriot. Depois do intervalo uma inacreditável não-música de um compositor contemporãneo, também de Hamburgo, Jobst Liebrecht e a finalizar uma música fantástica outra vez, a Suite Americana op. 98b de Antonin Dvorák, arranjada para octeto por Ulf-Guido Schäfer.
O Concerto foi aqui na casa que se vê por trás dos músicos, na fotografia.
Claro que numa sala para sessenta pessoas e estes oito músicos, a sensação bate todas as outras impressões de concertos ao vivo ou de audições de música gravada. Se se derem ao trabalho de procurar um pouco por estes músicos na internet descobrem que são todos músicos de alta craveira.
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12 abril, 2011
28 março, 2011
Água engarrafada ou d'el cano?
" Só em termos de uso de água, a quantidade gasta na fabricação das garrafas é muitas vezes maior do que a quantidade a ser engarrafada. E no que concerne à distribuição, a grande diferença entre a água engarrafada e a água da torneira provém da queima de combustíveis fósseis no seu transporte por camião, comboio ou navio, em vez de adutora. [...]
Um dos maiores problemas enfrentados pela água engarrafada é o refugo plástico. Conforme o Container Recycling Institute, cerca de 14 biliões de garrafas de água foram vendidas nos Estados Unidos em 2002, 90% das quais foram deitadas ao lixo - mesmo que a maioria tenha sido feita com plásticos PET (tereftalato de polietileno) reciclável.
Regulamentos eficazes promovendo a reciclagem de garrafas existem na Áustria, Bélgica, Canadá, Dinamarca, Finlândia, Alemanha, Holanda, Noruega, Suécia, Suíça e em 11 estados dos Estados Unidos."
Paul McRaldle, The Green Guide
Se repararem nas datas do texto percebem que tem quase 10 anos. Acham que agora estamos melhor?
Deixo aqui um link para quem quer ser mais verde por uma questão de cidadania universal.
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26 março, 2011
21 março, 2011
Aniversário de Bach, Johann Sebastian
As fotografias são tiradas por mim, em Leipzig, em Agosto de 2010, em três dias inesquecíveis.
20 março, 2011
Barenboim IV
A última parte da Sonata de Liszt. Alerto para o facto de esta sonata não ter realmente paragens entre os andamentos, o que não é usual. Se falo aqui em partes é porque o vídeo está publicado em 3 partes. Eu tenho uma gravação, em VHS, que fiz em 1986 e que julgo não está em condições de ser vista. Por isso fiquei tão contente por encontrar isto no youtube.
14 março, 2011
13 março, 2011
Ameaça nuclear concentra atenções nipónicas
Durante quanto tempo mais vamos continuar a discutir os prós e os contras da energia nuclear?
Será preciso haver muitas mais tragédias naturais, como a do Japão, para nos pôr no nosso devido lugar?
Aqui , neste vídeo, é bem visível a angustia das pessoas. Na realidade não sabemos quase nada sobre a extensão nuclear desta tragédia!
Neste link deixo-vos a informação do número de instalações nucleares existentes pelo mundo fora, a quantidade de energia que produzem, o número de novas instalações em construção, em plano ou simplesmente em hipótese. É assustador!
Já agora, o que é que cada um de nós está a fazer diariamente, sistematicamente, para poupar energia?
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12 março, 2011
Barenboim II
Primeiro vídeo, de três, de uma interpretação da Sonata de Liszt.
É a minha interpretação favorita!
É a minha interpretação favorita!
10 março, 2011
08 março, 2011
Barenboim em Hamburgo
Philharmoniker Hamburg
Daniel Barenboim Klavier
Dirigentin Simone Young
Franz Liszt: Der Tanz in der Dorfschenke / Mephisto-Walzer Nr. 1 S 514
Franz Liszt: Konzert für Klavier und Orchester Nr. 2 A-Dur S 125
Franz Liszt: Konzert für Klavier und Orchester Nr. 1 Es-Dur S 124
Franz Liszt: Mazeppa S 138
Eis um concerto que não esperava ver, nunca na minha vida.
Para além da admiração que tenho por Barenboim, como pessoa, pianista e maestro, veio tocar um dos meus compositores de eleição, Liszt. Durante todo o concerto lembrei-me de algumas pessoas que conheço e que gostariam de lá estar também. Partilhei-o com o Rainer, que é também um hamgurguês admirador de Liszt.
Apesar da crítica não ter gostado muito da interpretação da orquestra, imprimida pela maestrina Simone Young, eu gosto bastante das leituras mais femininas que ela faz das obras. E portanto, achei a orquestra muito boa, sem inconsequências musicais.
Daniel Barenboim Klavier
Dirigentin Simone Young
Franz Liszt: Der Tanz in der Dorfschenke / Mephisto-Walzer Nr. 1 S 514
Franz Liszt: Konzert für Klavier und Orchester Nr. 2 A-Dur S 125
Franz Liszt: Konzert für Klavier und Orchester Nr. 1 Es-Dur S 124
Franz Liszt: Mazeppa S 138
Eis um concerto que não esperava ver, nunca na minha vida.
Para além da admiração que tenho por Barenboim, como pessoa, pianista e maestro, veio tocar um dos meus compositores de eleição, Liszt. Durante todo o concerto lembrei-me de algumas pessoas que conheço e que gostariam de lá estar também. Partilhei-o com o Rainer, que é também um hamgurguês admirador de Liszt.
Apesar da crítica não ter gostado muito da interpretação da orquestra, imprimida pela maestrina Simone Young, eu gosto bastante das leituras mais femininas que ela faz das obras. E portanto, achei a orquestra muito boa, sem inconsequências musicais.
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27 fevereiro, 2011
Tudo isto tem a ver com a questão da liberdade
Tudo isto tem a ver com o que me vai no espírito. Há demasiado 'ruído' em torno do que é realmente importante. Há também muita pressão sobre todos nós.
Por isso reflectir nunca é demais. Pelo menos pensar duas vezes!
"Tudo isto tem a ver com a questão da liberdade, que é o assunto de que propriamente se ocupa a ética, […]. Liberdade é poder dizer ‘sim’ ou ‘não’; faço-o ou não o faço, digam o que disserem os meus chefes ou os demais; isto convém-me e eu quero-o, aquilo não me convém e, portanto, não o quero. Liberdade é decidir, mas também, não te esqueças, dares-te conta do que estás a dizer. Precisamente o contrário de te deixares levar, como poderás compreender. E para não te deixares levar não tens outro remédio senão tentar pensar pelo menos duas vezes no que te dispões a fazer; sim, duas vezes, sinto muito, mesmo que te doa a cabeça… Da primeira vez em que pensas no motivo da tua acção, a resposta à pergunta ‘porque faço isto?’é do tipo das que há pouco estudamos: faço-o porque mo mandam fazer, porque é costume fazê-lo, porque me apetece. Mas se pensares uma segunda vez, a coisa já muda de figura. Faço isto porque mo mandaram fazer, mas… porque obedeço eu ao que me mandam? Por medo do castigo? Por esperar uma recompensa? Não estarei então como que escravizado por quem manda em mim? Se obedeço porque aqueles que dão ordens sabem mais do que eu, não será aconselhável que procure informar-me o suficiente para decidir por mim próprio? E se me mandarem fazer coisas que não me parecem convenientes, como quando ordenaram ao comandante nazi que eliminasse os judeus do campo de concentração? Não poderá uma coisa ser ‘má’ – quer dizer, não me convir – por muito que ma mandem fazer, ou ‘boa’ e conveniente mesmo que ninguém me mande que a faça?"
Fernando Savater, in “Ética para um jovem”
Por isso reflectir nunca é demais. Pelo menos pensar duas vezes!
"Tudo isto tem a ver com a questão da liberdade, que é o assunto de que propriamente se ocupa a ética, […]. Liberdade é poder dizer ‘sim’ ou ‘não’; faço-o ou não o faço, digam o que disserem os meus chefes ou os demais; isto convém-me e eu quero-o, aquilo não me convém e, portanto, não o quero. Liberdade é decidir, mas também, não te esqueças, dares-te conta do que estás a dizer. Precisamente o contrário de te deixares levar, como poderás compreender. E para não te deixares levar não tens outro remédio senão tentar pensar pelo menos duas vezes no que te dispões a fazer; sim, duas vezes, sinto muito, mesmo que te doa a cabeça… Da primeira vez em que pensas no motivo da tua acção, a resposta à pergunta ‘porque faço isto?’é do tipo das que há pouco estudamos: faço-o porque mo mandam fazer, porque é costume fazê-lo, porque me apetece. Mas se pensares uma segunda vez, a coisa já muda de figura. Faço isto porque mo mandaram fazer, mas… porque obedeço eu ao que me mandam? Por medo do castigo? Por esperar uma recompensa? Não estarei então como que escravizado por quem manda em mim? Se obedeço porque aqueles que dão ordens sabem mais do que eu, não será aconselhável que procure informar-me o suficiente para decidir por mim próprio? E se me mandarem fazer coisas que não me parecem convenientes, como quando ordenaram ao comandante nazi que eliminasse os judeus do campo de concentração? Não poderá uma coisa ser ‘má’ – quer dizer, não me convir – por muito que ma mandem fazer, ou ‘boa’ e conveniente mesmo que ninguém me mande que a faça?"
Fernando Savater, in “Ética para um jovem”
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15 fevereiro, 2011
Evelyn Glennie - Drive TV Hamburg
Uma amiga enviou-me este vídeo.
Tem várias coisas interessantes. A primeira é a música. A segunda é ser tocada por uma percurssionista surda. A terceira, é o ponto de vista dela sobre os sons e a forma de os ouvir.
A quarta é ser um concerto e entrevista em Hamburgo, numa sala e numa cidade que eu conheço bem.
Tem várias coisas interessantes. A primeira é a música. A segunda é ser tocada por uma percurssionista surda. A terceira, é o ponto de vista dela sobre os sons e a forma de os ouvir.
A quarta é ser um concerto e entrevista em Hamburgo, numa sala e numa cidade que eu conheço bem.
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26 janeiro, 2011
24 janeiro, 2011
Klassik Philharmonie Hamburg
Um maestro, Robert Stehli, a comemorar 32 anos à frente da orquestra, a tal Klassik Philharmonie Hamburg, uma pianista muito jovem, Caterina Grewe, 20 anos.
No programa a Sinfonia nº 25, KV 183 de Mozart, a iniciar. Só depois me apercebi que a Orquestra se chamava noutros tempos Orquestra Mozart.
Depois, tocada então pela Caterina, a Rapsódia sobre um tema de Paganini, op. 43 de Rachmaninoff.
Para quem não conhece fica aqui tocada por Rubinstein
German-Japanese Pianist Caterina Grewe, born in Tokyo in April 1988, moved to Hamburg in 1991 and started to play the piano at the age of four. She studied with Ilse Laue and Gabriele Wulff at the Hamburg Conservatory. From 2004 to 2006, Caterina studied at Chetham’s School of Music with Bernard Roberts. In September 2006, she was awarded the Monica June Black Award scholarship to the Royal College of Music where she first worked with Yonty Solomon and now studies with Ian Jones and Dmitri Alexeev.
Na segunda parte, de Tchaikovsky, "Souvenir de Florence" op.70, um sexteto para orquestra de cordas.
No programa a Sinfonia nº 25, KV 183 de Mozart, a iniciar. Só depois me apercebi que a Orquestra se chamava noutros tempos Orquestra Mozart.
Depois, tocada então pela Caterina, a Rapsódia sobre um tema de Paganini, op. 43 de Rachmaninoff.
Para quem não conhece fica aqui tocada por Rubinstein
German-Japanese Pianist Caterina Grewe, born in Tokyo in April 1988, moved to Hamburg in 1991 and started to play the piano at the age of four. She studied with Ilse Laue and Gabriele Wulff at the Hamburg Conservatory. From 2004 to 2006, Caterina studied at Chetham’s School of Music with Bernard Roberts. In September 2006, she was awarded the Monica June Black Award scholarship to the Royal College of Music where she first worked with Yonty Solomon and now studies with Ian Jones and Dmitri Alexeev.
Na segunda parte, de Tchaikovsky, "Souvenir de Florence" op.70, um sexteto para orquestra de cordas.
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Hamburgo
10 janeiro, 2011
Longa vida à Wikipédia
Via Público online, um artigo muito interessante.
Quem é curioso ou precisa de saber algo sabe que tem na Wikipédia uma óptima ferramenta, desde que não perca de vista o sentido crítico e a natural falibilidade da coisa!
A mim parece-me uma pena que não haja mais pessoas a contribuir para a versão em Português. Os nossos alunos agradeceriam com certeza!
Conheço algumas pessoas que têm conhecimentos e tempo e fontes para o fazer.
Vamos a isso?
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Wikipédia
09 janeiro, 2011
Concerto, Solistas Internacionais
Muito atrasado, a poucas horas de ir à Casa da Música para mais um Concerto de Música Barroca, não posso deixar de fazer um post, sobre o Concerto de 27 de Dezembro, em Hamburgo, com Sol Gabetta e a Orquestra Cappella Gabetta, dirigida pelo irmão de Sol, Andrés.
Foi a segunda vez que a vi em Hamburgo, no palco da Sala Grande do Laeiszhalle. Com outra orquestra, a meu ver ainda não muito "afinada", num projecto chamado Vivaldi. Foi também a segunda vez que a ouvi tocar O Inverno, de Vivaldi. E desta peça não gosto muito no violoncelo, perde sonoridade e expressividade também.
Mas mesmo assim a sala estava cheia, apesar de a cidade estar completamente coberta de neve e de as temperaturas serem permanentemente negativas.
Foi a segunda vez que a vi em Hamburgo, no palco da Sala Grande do Laeiszhalle. Com outra orquestra, a meu ver ainda não muito "afinada", num projecto chamado Vivaldi. Foi também a segunda vez que a ouvi tocar O Inverno, de Vivaldi. E desta peça não gosto muito no violoncelo, perde sonoridade e expressividade também.
Mas mesmo assim a sala estava cheia, apesar de a cidade estar completamente coberta de neve e de as temperaturas serem permanentemente negativas.
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